O grés é a massa cerâmica que eu escolhi para ser o suporte do meu trabalho. É uma massa refinada que se auto vitrifica e é de origem oriental, assim como a porcelana. A sua queima pode ser de média e alta temperatura, que dá uma qualidade superior à massa cerâmica. Esta massa tem um componente (fundente) muito importante que é o feldspato.
No estado do Rio Grande do Norte temos basicamente dois tipos de argila: as montmorilonitas e o caulim. As montmorilonitas tem a queima vermelha ou creme e são encontradas em todo o estado. Elas são usadas para fabricar telhas e tijolos. Há uma especial que é de queima branca e que era usada na fabricação de porcelana (esta, é encontrada em Arês/RN). O caulim é uma argila caulinita de queima branca, de excelente qualidade, usado na fabricação de porcelana e é encontrado em Parelhas/RN (já lavado e peneirado à malhas 200 e 300), Equador/RN e até Macaíba/RN.
Quando eu fui preparar o grés precisei modificar a formulação encontrada nos livros do Chiti, pois ele trabalha com argilas caulinitas (que não são exatamente caulim), porque elas são mais estáveis na sua estrutura cristalina. As montmorilonitas são argilas muito finas, difíceis de trabalhar por possuir uma plasticidade exagerada. Seus torrões são duros e de difícil diluição e tem como característica não decantar facilmente (levam dias e até meses para decantar), enquanto que as caulinitas levam minutos.
Para verificar que tipo de argila eu estou trabalhando preciso fazer alguns procedimentos. Peso um kilo de argila seca (friso que a argila deve estar bem seca). Depois a coloco numa bacia com água (importante destacar que a argila deve ser colocada numa bacia com muita água - conforme a primeira foto). Espero que ela dissolva totalmente, ajudando com a mão (conforme a segunda foto) até que todos os grumos sejam dissolvidos. Depois de bem dissolvida, começo a peneira-la para a retirada de toda a areia (fotos 3,4,5,6,7 e 8) até que sobre apenas o silte (fotos 9,10 e 11), que também deverá ser retirado. É claro que, no processo, precisa ser usada muita água para que tudo fique homogêneo. Toda a impureza retirada deverá ser reservada num jornal (foto 12) para ser pesada novamente, para que não haja erros na formulação da massa cerâmica.
A argila limpa que ficou, depois de seca é que entra na formulação que comento agora:
Quando eu fui preparar o grés precisei modificar a formulação encontrada nos livros do Chiti, pois ele trabalha com argilas caulinitas (que não são exatamente caulim), porque elas são mais estáveis na sua estrutura cristalina. As montmorilonitas são argilas muito finas, difíceis de trabalhar por possuir uma plasticidade exagerada. Seus torrões são duros e de difícil diluição e tem como característica não decantar facilmente (levam dias e até meses para decantar), enquanto que as caulinitas levam minutos.
Para verificar que tipo de argila eu estou trabalhando preciso fazer alguns procedimentos. Peso um kilo de argila seca (friso que a argila deve estar bem seca). Depois a coloco numa bacia com água (importante destacar que a argila deve ser colocada numa bacia com muita água - conforme a primeira foto). Espero que ela dissolva totalmente, ajudando com a mão (conforme a segunda foto) até que todos os grumos sejam dissolvidos. Depois de bem dissolvida, começo a peneira-la para a retirada de toda a areia (fotos 3,4,5,6,7 e 8) até que sobre apenas o silte (fotos 9,10 e 11), que também deverá ser retirado. É claro que, no processo, precisa ser usada muita água para que tudo fique homogêneo. Toda a impureza retirada deverá ser reservada num jornal (foto 12) para ser pesada novamente, para que não haja erros na formulação da massa cerâmica.
A argila limpa que ficou, depois de seca é que entra na formulação que comento agora:
Como modifiquei a fórmula? Mudei a percentagem referente à quantidade de argila em relação ao caulim e à adição de fedspato e quartzo. Então de uma formulação de 70% de argila pura e lavada + 30% de antiplásticos* mudei para de 30 a 40% de argila pura e lavada + 40% de caulim + 20% de antiplásticos*. Cabe dizer que eu uso um feldspato de sódio também encontrado beneficiado à malha 200 em Parelhas/RN. Com essas modificações foi possível conseguir uma massa cerâmica de excelente qualidade (em relação à trabalhabilidade, aderência, firmeza, cor e adaptação ao clima quente de Natal) e de média temperatura (até 1150°). Este é o assunto que eu escolhi para o meu mestrado - Grés para média temperatura elaborado à partir de argilas montmorilonitas - em engenharia de materiais. Nessa pesquisa chegamos a sete massas, com sete cores diferentes obtidas com sete argilas de localidades diferentes dentro do Rio Grande do Norte.
Após descrever todo o processo da feitura das massas cerâmicas, posso mostrar o resultado delas quando modeladas.
Esse é o meu grés, e a partir de agora, conforme eu for mostrando mais as peças, vocês já sabem de que massa estou falando.
* Atiplásticos são no caso o feldspato e o quartzo.